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Porque Sim!

Porque Sim!

Livro: Mayada - filha do Iraque

Outubro 03, 2017

 

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O sucesso de Jean P. Sasson, Mayada, é ambientado no Oriente Médio. Relata a história verídica de Mayada Al-Askari, que apesar de pertencer a uma influente família iraquiana, foi presa e torturada pela polícia secreta de Saddam Hussein.

A autora conheceu a personagem principal de seu livro durante uma de suas viagens ao Oriente Médio.

“Depois da prisão de Mayada, uma série de acontecimentos desencadeou o desejo de tornar este livro uma realidade. Em 1999, Mayada fugiu do Iraque. Em 2000, sua filha, Fay, fugiu do Iraque. Em 2001, Nova York e Washington D.C. foram atacadas por terroristas. (...) no início de 2003, as forças de coalizão afastaram Saddam do poder. Naquele ano, Mayada decidiu que queria contar ao mundo a verdade sobre a vida no Iraque, a verdade dita por alguém que vira o país sob todos os ângulos, dos palácios de Saddam às suas câmaras de tortura. Depois de semanas refletindo sobre a possibilidade de registrar para sempre sua história, Mayada pediu-me que escrevesse sobre sua vida, e eu aceitei.”

 

 

Ambientado no Oriente Médio, o livro, relata a história verídica de Mayada Al-Askari. Apesar de pertencer a uma influente família iraquiana, ela foi presa e torturada pela polícia secreta de Saddam Hussein sob a falsa acusação de imprimir propaganda contra o governo em sua gráfica.

Presa pela polícia secreta de Saddam Hussein, permaneceu meses numa cela da famosa Prisão Baladiyat, sem comunicar com ninguém de sua família, sem direito a julgamento e sob ameaças constantes de tortura e execução. Na prisão Mayada conheceu outras mulheres em situação semelhante, as mulheres-sombras como ela dizia. Não sabiam por que estavam presas ou por que eram torturadas, e viviam em condições sub humanas. Sem qualquer contato com suas famílias ou com o mundo exterior, passavam os dias contando umas para as outras as histórias de suas vidas.

Histórias que durante muito tempo Mayada desejou revelar ao mundo.

 

Existem muitas especulações ao redor do mundo sobre as crueldades de Saddam Hussein. Em Mayada - Filha do Iraque, as especulações deram lugar a fatos verídicos através da história de uma mulher que conheceu profundamente o regime de Saddam e o terror. Viveu sob a intimidação e o silêncio impostos pelo tirano e viu de perto como o país se transformou numa das maiores ditaduras da história contemporânea.

Pela primeira vez ao ler um livro, tive de saltar uma parte tal era o horror…não consegui ler. Perto do final do livro ficamos com muita esperança de que tudo vai acabar bem para todas as mulheres-sombras, por conta da soltura de Mayada, mas depois, ao terminar a leitura, lembramo-nos que o livro é sobre uma história real, e não um conto de fadas :(

 

Teresa S.

 

Livro " Para a Minha Irmã" de Jodi Picoult

Junho 09, 2017

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“Sinopse: “Os Fitzgerald são uma família como tantas outras e têm dois filhos, Jesse e Kate. Quando Kate chega aos dois anos de idade é-lhe diagnosticada uma leucemia grave. Os pais resolvem então ter outro bebé, Anna, geneticamente selecionada para ser uma dadora perfeitamente compatível para a irmã. Desde o nascimento até à adolescência, Anna tem de sofrer inúmeros tratamentos médicos, invasivos e perigosos, para fornecer sangue, medula óssea e outros tecidos para salvar a vida da irmã mais velha. Toda a família sofre com a doença de Kate. Agora, ela precisa de um rim e Anna resolve instaurar um processo legal para requerer a emancipação médica – ela quer ter direito a tomar decisões sobre o seu próprio corpo. Sara, a mãe, é advogada e resolve representar a filha mais velha neste julgamento.“

 

Em “Para a Minha Irmã” questões complexas são levantadas: Anna tem obrigação de arriscar a própria vida para salvar a irmã?

 

Um livro muito emotivo, que aborda questões éticas e morais e que nos desperta um antagonismo de sentimentos, devido ao constante conflito de interesses.

 

É uma história envolvente, que não deixa ninguém indiferente, são as próprias personagens, na primeira pessoa, a apresentarem as suas opiniões e a contar episódios que as levaram a agir de determinada maneira.

 

Esta história tem um final surpreendente que vai ao desencontro do que nos leva a pensar ao longo de toda a narrativa.

 

Boas leituras!

Teresa S.

 

Livro: Helena de Machado de Assis

Maio 18, 2017

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Publicado em 1876, Helena é caracterizado como um romance urbano de Machado de Assis, por fazer críticas aos costumes sociais do século XIX.

 

O romance acontece por volta de 1850, numa sociedade extremamente religiosa e moldada pelos preceitos católicos. Neste livro Machado de Assis faz uma crítica à sociedade de aparências.

 

O livro tem um enredo fechado, onde começa com o assunto morte, a morte do Conselheiro, e termina com o mesmo assunto, a morte de Helena.

 

Outras características presentes nos textos são a melancolia, a ironia. A protagonista Helena é caracterizada pelos traços fortes das personagens femininas.

 

Uma linguagem muito culta que depois de ler tantos Best sellers internacionais, estranhei a escrita.

 

Resumo:

A história começa com a morte do Conselheiro. No seu testamento, descreve a jovem Helena como sua filha e herdeira de toda a sua fortuna, desejando que ela assuma o seu lugar em casa. Todos acreditam nas últimas palavras deixadas pelo Conselheiro, mas Helena sabia que a verdade não era essa, mas o desejo de ascender socialmente, a faz aceitar a situação. Dª Úrsula, irmã do Conselheiro, e o filho legitimo deste, Estácio, encantam-se com Helena.

Helena começa a assumir o seu lugar na casa, sendo uma dona de casa com pulso firme, dirigindo a propriedade melhor do que Dª Úrsula fazia antes do Conselheiro falecer. Ela consegue impressionar não só a “sua família”, como também as pessoas da cidade, pois além de ser uma mulher equilibrada, também ostentava uma beleza invejável.

Com o passar do tempo, Estácio, seu suposto meio-irmão e Helena apaixonam-se. Por um lado, Estácio, martiriza-se por estar apaixonado pela sua meia-irmã. Do outro, Helena, que sabia toda a verdade, mas não podia contar com medo de perder tudo o que havia conquistado.

Um certo dia, ao ver Helena indo visitar a chácara que a família possuía (a qual ela fazia visitas periódicas), Estácio decide segui-la, e descobre Salvador o pai de sangue de Helena.

Descoberta a verdade Helena entrega-se ao desgosto e após uma chuva forte, fica muito doente, à beira da morte. Estácio, totalmente apaixonado por ela, resolve ir cuidar da sua amada e lhe faz uma declaração. Momentos depois, ela morre…

E foi esta parte que menos gostei, pois é assim, ela morre porque sofria de desgosto e apanha uma molha e morre, assim…fácil…

 

Boas leituras!

Teresa S.

Livro: Ensaio Sobre a Cegueira

Abril 11, 2017

Numa frase poderei dizer: A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.

 

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“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara

Esta é a frase de abertura para o livro e que representa a Cegueira Branca.

 

Os personagens não são identificados pelos seus respectivos nomes, mas sim pelas suas profissões ou por uma característica marcante, pouco importa o nome.

Retrata o mundo com as contradições da espécie humana, não se situa em nenhum tempo específico, pode ser ontem, hoje ou amanhã.

 

Um homem fica cego, inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A cegueira alastra. Uma cegueira coletiva, uma cegueira branca.

Todos os indivíduos contaminados pela cegueira branca são isolados e internados num manicómio abandonado, porém, a única pessoa que não contraiu a cegueira é a mulher do médico, que esconde esse fato dos outros.

Nesse ambiente irão passar por diversas situações consideradas subhumanas, vivendo como bichos, em que o instinto se sobreporá à razão e à dignidade humana.

Com cenas de estupros e assassinatos, a obra mostra-nos uma face podre da sociedade que, mesmo estando em uma situação caótica, ainda deseja subjugar a vontade dos mais fracos de modo que seus desejos sejam atendidos.

Passado certo tempo, os cegos, já vivendo fora do manicómio, enfrentam a carência da cidade que fora roubada, assim os moradores que encontraram as suas casas ocupadas foram obrigados a viver como nomadas, à procura de alimentos, água e abrigos pelas ruas. Conforme a cegueira chegou repentinamente, aos poucos desaparece.

 

Saramago mistura o discurso direto com o indireto, dispensando recursos como parágrafo, travessão e aspas. O discurso direto fica entre vírgulas e para não confundir muito o leitor, usa letras maiúsculas para o diferenciar do indireto... no inicio estranha-se, depois entranha-se.

 

Um estimulo ao nosso sentido crítico para que o consumo das coisas que nos rodeiam seja pleno e consciente.

 

Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Saramago obriga-nos a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez e resgatar o afeto, essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu.

Apesar de na maioria das vez o indicado é ver o filme primeiro e ler o livro depois aqui não aconcelho a ver o filme antes de ler o livro, pois desta forma estarão perdendo a oportunidade de conhecer por completo uma das metáforas mais bem trabalhadas sobre a sociedade contemporânea.

 

Boa leitura!

Teresa S.

 

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